Mitoligia nórdica: Odin - DJ Blog

Mitoligia nórdica: Odin

Publicado em segunda-feira, 30 de setembro de 2019



Odin é o mais poderoso e o mais velho dos deuses.
Ele conhece muitos segredos. Abriu mão de um de seus olhos em troca de sabedoria. E foi mais além: por poder e pelo conhecimento da magia das runas, sacrificou a si mesmo.
Odin se enforcou na Árvore do Mundo, Yggdrasill, e ficou pendurado em um galho por nove noites. Seu torso foi perfurado pela ponta de uma lança — um ferimento gravíssimo. Os ventos agarraram e açoitaram seu corpo dependurado. Ele nada comeu durante os nove dias e as nove noites, e nada bebeu. Ficou ali, sozinho, com dor, a vida se esvaindo pouco a pouco.  Em meio ao frio e à agonia, já à beira da morte, seu sacrifício rendeu um fruto sombrio: no êxtase da dor, Odin olhou para baixo, e as runas lhe foram reveladas. Ele as compreendeu, assimilando seu poder e significado. Então a corda se partiu, e, com um grito, Odin caiu da árvore. Ele passou a entender a magia. E o mundo passou a lhe pertencer.
Odin tem muitos nomes. É o Pai de Todos, o Senhor dos Mortos, o deus da forca. É o deus das cargas e dos prisioneiros. É chamado de Grímnir e de Terceiro. Recebeu um nome diferente em cada país (pois é cultuado de formas diferentes e em muitas línguas, mas é sempre Odin o objeto de culto). Ele viaja para todos os cantos sob um disfarce, querendo ver o mundo como as pessoas comuns. Quando caminha entre nós, é na forma de um homem alto usando manto e chapéu.
Odin tem dois corvos, Hugin e Munin, cujos nomes significam “pensamento” e “memória”, respectivamente. Esses pássaros voam pelo mundo inteiro, trazendo notícias e levando a Odin todo o conhecimento das coisas. Os corvos pousam em seus ombros e sussurram aos seus ouvidos.
Quando ele se senta em seu grandioso trono em Hlidskjalf, contempla tudo, não importa onde no universo. Nada pode ser ocultado de Odin. Ele trouxe a guerra para o mundo: as batalhas eram iniciadas com um guerreiro arremessando a lança na direção do exército inimigo, dedicando a batalha e suas mortes a Odin. Os sobreviventes resistiam pela graça de Odin; e os caídos na guerra eram traídos por ele. Os guerreiros mortos em batalha são levados pelas Valquírias — belas donzelas guerreiras que recolhem as almas dos mortos honrados — para um salão conhecido como Valhala. Lá ele estará esperando pelos caídos, e os mortos beberão, lutarão, batalharão e se banquetearão tendo Odin como líder.

Texto retirado do livro: Mitologia Nórdica de Neil Gaiman
Imagem: Reprodução

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